Oi gente
Sei que ando lenta para escrever, mas as obrigações de trabalho e família, têm ocupado muito o meu precioso tempo.
Devido alguns acontecimentos, mundiais e pessoais, do cotidiano, sempre penso no significado do ser cristão.
Muitas pessoas confundem, pensam que com ir a igreja, rezar é suficiente. Eu acho que não... é muito mais abrangente este significado. Ser uma pessoa cristã está nas pequenas atitudes do dia a dia. Respeitar e amar o próximo... observar se o próximo precisa de alguma ajuda, espiritual, um conselho, uma pequena gentileza...está em dar exemplos todos os dias do que pensamos em atos. Tanto para os nossos filhos como para a sociedade que nos rodeia.
Não sou perfeita, afinal sou humana, mas Deus sabe que eu sempre olho e me ponho no lugar do outro. valorizo cada coisa que a vida me dá... e cada esforço sempre será reconhecido. Lamentavelmente a sociedade é materialista, vai a igreja, mas não olha nem pensa no próximo, que pode ser um vizinho, um companheiro de trabalho, uma família conhecida... estamos imersos num mundo onde falamos mas não demonstramos... ora falar é fácil, difícil é se colocar no lugar do outro, estender a mão, dar um abraço...
Li um texto de um autor anônimo e me identifiquei, por isso, compartilho com vocês.
“Pois eu pela lei morri para a
lei, a fim de viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais
eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no
filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”
Gálatas 2:19 e 20
O que é ser cristão?
Em um dicionário li o seguinte significado para o
termo cristão: “o que recebeu o batismo e professa a religião cristã”. A partir
desse significado, percebe-se que não significa grandes coisas se dizer cristão.
Por essa perspectiva, é somente um termo religioso, não se trata de atitudes
práticas. Eu pude identificar alguns tipos de cristãos, em qual desses perfis
você se encaixa:
-
Alguém que
nasceu em uma família de tradição cristã (católica ou protestante) e que, por
isso, se considera cristão, porém não frequenta nenhuma igreja, nem tampouco lê
a Bíblia ou ora com frequência.
-
Alguém que
nasceu em uma família de tradição cristã (católica ou protestante) e que, por
isso, se considera cristão, frequenta uma igreja religiosamente, sem no entanto
ter um encontro real com Cristo, acreditando que ir a igreja aos domingos lhe
garante salvação.
-
Alguém que
acredita em Jesus Cristo como Filho de Deus e Salvador da humanidade, participa
ativamente de uma igreja, mas não deixa a mensagem da graça de Cristo modificar
a sua vida, tendo, por isso, uma vida cristã estagnada, sem evolução, sem
transformação, seria o morno na fé.
-
Finalmente,
alguém que recebeu Cristo como Senhor e Salvador da sua vida de fato. Não apenas
fazendo um gesto, levantando a mão após um belo apelo do pastor. Mas recebeu de
verdade no coração, busca ao Senhor, tem uma experiência com Ele e O deixa
transformar a sua vida diariamente.
A primeira coisa que eu pude identificar no texto de Gálatas como necessária
para fazermos diferença é ser crucificado com Cristo. Precisamos morrer para
nossa própria vontade e nossos sonhos e vivermos para Deus, conforme a vontade
Dele! Paulo disse “não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo
na carne, vivo-a na fé no filho de Deus...” Ou seja, nossa velha natureza, a
partir do momento em que nos entregamos de fato para Cristo, deve ser
crucificada, deve morrer, e a nossa nova vida em Cristo deve estar baseada na fé
em Jesus.
Além disso, Deus requer de nós dedicação exclusiva, tempo integral! Não dá para
ser crente em uma parte do dia ou da semana e na outra ser incrédulo! Um cristão
verdadeiro é cristão a todo momento. Isso não significa trabalhar muito na
igreja ou ter muitos compromissos “cristãos”. Significa que aonde eu for,
estarei levando Cristo, pois Ele vive em mim. Não importa se estou na igreja ou
no trabalho, meu comportamento deverá ser o mesmo. Então, é preciso que Cristo
cresça de tal forma em mim, que tudo que eu falar, pensar ou fizer seja conforme
a Sua vontade. Precisamos de fato iluminar e salgar todos os lugares em que
colocarmos os nossos pés, a começar na nossa casa.
(Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de
restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser
pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade
situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do
alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras,
e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. Mateus 5:13 a 16)
O desejo de Cristo é esse, que a nossa luz resplandeça e que todos vejam as
nossas boas obras e glorifiquem a Deus. Jesus disse que ninguém acende uma luz e
a esconde. Então, não podemos esconder a luz de Deus que há em nós. É preciso
resplandecer. Eu pude identificar também no texto de Gálatas três desses itens
fundamentais para que a nossa luz resplandeça: fé, abdicação e amor.
-
Fé. Sem fé é
impossível agradar a Deus. É pela fé que recebemos Jesus como nosso Salvador. É
pela fé que morremos para o mundo a fim de vivermos para Deus. Pois a fé em
Cristo nos dá certeza da vida eterna, nos dá esperança. Precisamos crer!
-
Abdicação. Sem
desistirmos de viver por nós mesmos jamais seremos de Cristo. Jamais faremos
diferença. É preciso entregar completamente o nosso caminho ao Senhor. É preciso
negar a nós mesmos, carregar a nossa cruz e seguir a Cristo. “Em seguida
dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a
sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem
perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará..” (Lucas 9:23 e 24) É
preciso dizer de todo coração: “Senhor, não quero viver por mim mesmo, não quero
fazer nada por mim mesmo, toma-me em Tuas mãos, me guia pelo Teu caminho, venha
viver em mim”!
-
Amor. O amor por
Cristo é fundamental, sem amor nada que fizermos em nome Dele se aproveitará e
até a nossa vida será vazia de sentido. Esse é o maior mandamento: amar a Deus
sobre todas as coisas. Quando realmente amamos a Deus, desejamos ardentemente
estar com Ele orando ou lendo a Palavra. O amor é o combustível que nos conduz a
Deus. Em segundo lugar, o amor ao próximo é também fundamental na vida de um
verdadeiro cristão. Já que tudo que Cristo fez nessa terra foi por amor, nós que
dizemos ser seus discípulos temos obrigatoriamente que imitá-lo amando a todos
como ele amou.
Esses são somente alguns dos
ingredientes que precisamos ter para fazer diferença como cristãos verdadeiros
onde estivermos.
Com tudo o que falamos até
agora: ser luz e sal da terra, sermos crucificados com Cristo, ter fé, amor e
abdicação... você pode estar pensando: “é muito difícil fazer diferença, olha
quantas características eu preciso ter! Jamais vou conseguir ser assim!” Mas a
parte boa dessa história toda é que nós não precisamos fazer um esforço
gigantesco para conseguirmos ser assim, essa obra não é nossa, não é pelas
nossas próprias forças. A diferença quem faz é o Espírito Santo. É a Sua
presença em nossas vidas que produz em nós mudança, que nos faz ser sal e luz. O
Espírito é quem nos diferencia.
Existem “cristãos” que são uma bênção na igreja, mas em casa tratam mal a família, não demonstram amor, ou no
trabalho não dão o menor testemunho. Infelizmente são muitos os casos de
cristãos desse tipo. Isso acontece porque eles ainda não se deixaram ser
transformados pelo Espírito Santo. Provavelmente não estão buscando a Deus como
deveriam. Pois o Espírito só age em nós quando O buscamos. Ele é muito educado e
não faz algo em nossas vidas se não O convidarmos.
Mas ainda bem que existem
também cristãos exemplares, são pessoas que onde chegam, seja no trabalho, seja
na igreja ou em casa, são as mesmas pessoas, pessoas que demonstram amor, que
são testemunhos vivos de Cristo. Esses cristãos são exemplares porque dão lugar
para o Espírito Santo agir em suas vidas.
Então, podemos ver que fazer
diferença não é algo difícil, é um processo natural a partir do momento que você
de fato decide buscar a Deus, lendo a Palavra, absorvendo cada um dos
ensinamentos de Jesus, dando lugar ao Espírito Santo. É preciso ter a mente
repleta da Palavra de Deus, pois como vamos imitá-lo se não o conhecermos? Se
quisermos mesmo fazer diferença, precisamos ler a Bíblia com dedicação e
procurar dia a dia aplicar o que temos aprendido nela. É fundamental orar sem
cessar, está em todo tempo com a mente ligada em Deus. Se fizermos isso
naturalmente vamos estar dando lugar para o Espírito Santo agir em nós
produzindo todos aqueles frutos: “...o amor, o gozo, a paz, a longanimidade,
a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra
estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com
as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo
Espírito.” (Gálatas 5:22 a 25)
Então, a obra é feita pelo Espírito. O papel que nos cabe é só buscar a Deus! O
restante, que é a parte mais difícil, o Espírito de Deus fará em nós. Só
precisamos buscar, buscar e buscar. E tem coisa melhor nesse mundo do que buscar
a Deus? É tão bom sentir a presença Dele em nossas vidas e sermos guiados por
Ele! Vamos andar no Espírito! Não só quando estivermos na igreja, mas em todo
momento de nossas vidas, vamos andar no Espírito e nos deixar ser guiados por
Ele.
Que tipo de cristão você e eu
temos sido? Temos vivido de fato aquilo que Cristo ensinou ou temos vivido
conforme o que a nossa carne quer? Temos buscado realmente a Deus? Temos
dedicado tempo de qualidade à leitura da Palavra? E a oração? Só seremos bons
servos quando conhecermos o que agrada e o que não agrada o nosso Senhor. Faça
uma autoavaliação nesse momento a respeito da sua vida com Deus.
Uma pena que não estava o nome do autor, termino com os mandamentos do papa Francisco sobre a família. Um pouco de reflexão sempre vem bem!
Veja, a seguir, algumas frases do Papa sobre família:
1. “E esta é a grande
missão da família: arranjar lugar para Jesus que vem, receber Jesus na
família, na pessoa dos filhos, do marido, da esposa, dos avós, porque
Jesus está aí.” Audiência Geral, 17 de dezembro de 2014.
2. “Três palavras que
devem existir sempre em casa: com licença, obrigado, desculpa. Com
licença: para não se intrometer na vida dos cônjuges. Com licença, como
te parece isto? Com licença, permite-me. Obrigado: agradecer ao cônjuge;
obrigado por aquilo que fizeste por mim, obrigado por isto. A beleza da
gratidão! E dado que todos nós erramos, há outra palavra um pouco
difícil de pronunciar, mas necessária: desculpa.” Catequese, 2 de Abril de 2014.
3. “Aquilo que mais pesa na vida é a falta
de amor. Pesa não receber um sorriso, não ser benquisto. Pesam certos
silêncios, às vezes mesmo em família, entre marido e esposa, entre pais e
filhos, entre irmãos. Sem amor, a fadiga torna-se mais pesada,
intolerável.” Discurso às Famílias, 26 de Outubro de 2013
4. “Sim, ser mãe não
significa só trazer um filho ao mundo, mas é também uma opção de vida: o
que é que uma mãe escolhe? Qual é a opção de vida de uma mãe? A opção
de vida de uma mãe é a opção de dar vida. E isto é grande, isto é belo.”
Audiência Geral, 7 de janeiro de 2015.
5. “O pai procura ensinar ao filho aquilo
que ele ainda não sabe, corrigir os erros que ainda não vê, orientar o
seu coração, protegê-lo no desânimo e na dificuldade. Tudo isso com
proximidade, com doçura e com uma firmeza que não humilhe.” Audiência Geral. 4 de fevereiro de 2015.
6. “A família atravessa
uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e vínculos
sociais. No caso da família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de
especial gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade.” Exortação Apostólica EvangeliiGaudium, 2013
7. “O verdadeiro
vínculo é sempre com o Senhor. Todas as famílias têm necessidade de
Deus: todas, todas! Necessidade da Sua ajuda, da Sua força, da Sua
bênção, da Sua misericórdia, do Seu perdão. E requer-se simplicidade.
Para rezar em família requer-se simplicidade! Quando a família reza
unida o vínculo torna-se mais forte”. Homilia da Missa do Encontro de Famílias, que se realizou em Roma em outubro de 2013.
8. “O matrimônio é uma
longa viajem que dura toda a vida, e necessitam da ajuda de Jesus para
caminhar juntos, com confiança, para se acolherem, um ao outro todos os
dias, e perdoarem-se todos os dias; e isto é importante nas famílias,
saberem perdoar-se. Porque todos nós temos defeitos. Todos!”. Encontro de Famílias em Roma em outubro de 2013.
9. “Uma sociedade que
descarta os seus idosos é uma sociedade sem dignidade, perde as suas
raízes e vigor; uma sociedade que não se rodeia de filhos, que os
considera um problema, um peso, não tem futuro.” Audiência Geral, 10 de fevereiro de 2015.
10. “A verdadeira
alegria vem da harmonia profunda entre as pessoas, que todos
experimentam no seu coração e que nos faz sentir a beleza de estar
juntos, de apoiar-se mutuamente no caminho da vida”. Missa de encerramento do Encontro de Famílias, em Roma.