quinta-feira, 26 de setembro de 2013

"O tempo e o vento" chega ao cinema.


Baseada na obra de Érico Veríssimo, o filme O tempo e o vento estreia nos cinemas de todo o país nesta sexta-feira. A superprodução, dirigida por Jayme Monjardim e produzida pela Nexus Cinema, de Rita Buzzar, tem no elenco Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, Cleo Pires, José de Abreu, Paulo Goulart e César Troncoso. “Uma obra muito complexa, levou muitos anos para ser feita. Então a expectativa é muito grande”, destacou o diretor.
Para recontar a saga da família Terra Cambará, no período que se estende das Missões até o final do século 19, Jayme Monjardim usa como eixo a história de amor de Bibiana (vivida por Marjorie Estiano na juventude e Fernanda Montenegro na maturidade) e Capitão Rodrigo (interpretado por Thiago Lacerda). Em meio ao cerco do casarão de sua família pelos Amarais, a já centenária Bibiana Terra Cambará (Fernanda Montenegro), relembra cento e cinquenta anos de história.
Desde a trajetória de sua avó Ana Terra (Cleo Pires), até o final do século XIX. Bibiana narra sua paixão com Capitão Rodrigo, um romance que atravessa o tempo e prova que o amor é capaz de resistir às guerras. “Acho que O tempo e o vento tem um lado épico, uma grande história de amor, e senti que estava ali o meu ‘…E o vento levou’”, brinca Monjardim.
O diretor destaca a atuação de Fernanda Montenegro no longa. “Se não fosse a Fernandona, talvez não tivesse o filme. Acho que ela é um pouco de todas as Bibianas brasileiras”, observa o diretor, contando que o livro tem grandes pulos temporais e colocar isso na voz de um personagem torna a história mais didática para o espectador. “É como se tivéssemos um olhar para levá-lo ao universo incrível do Érico Veríssimo, mas este é o barato da adaptação cinematográfica: é uma outra visão”, explica.
Para Marjorie Estiano, que interpreta Bibiana na fase jovem, foi um prazer enorme viver o papel. “Tudo que um ator quer é um bom personagem, um personagem com características interessantes e um conflito consistente. A história da Bibiana é um clássico, acompanha essa genialidade do Erico. Foi um processo delicioso”, relatou a atriz.
Segundo Monjardim, ‘O Tempo e o Vento’ é um filme acessível, de multidão. “Quero que as pessoas entendam a história e se emocionem mesmo que, por acaso, nunca tenham ouvido falar dela”, admite, contando que, O Tempo e o Vento condensa um século e meio de história (que culmina com a Revolução Federalista de 1893) em diálogos didáticos e sem receio de soar óbvio em suas metáforas (o fogo que simboliza o desejo, o pôr do sol que anuncia a passagem do tempo) e reiterativo no uso dos recursos da linguagem (da supressão do subtexto à onipresença da trilha sonora). “Para resumir a obra monumental de Érico Veríssimo em duas horas, o foco foi fechado em O Continente, primeiro capítulo da trilogia”, diz.
A produção foi rodada em pouco mais de dois meses e passou por Bagé, onde foi construída a cidade cenográfica que reproduz a vila de Santa Fé, e também em Pelotas e Candiota. As filmagens começaram em março de 2012 e terminaram em maio.
Fonte Tribuna da Bahia, por  Gabriele Galvão

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