Baseada na obra de Érico Veríssimo, o filme O tempo e o vento estreia nos cinemas
de todo o país nesta sexta-feira. A superprodução, dirigida por Jayme
Monjardim e produzida pela Nexus Cinema, de Rita Buzzar, tem no elenco
Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, Cleo Pires, José
de Abreu, Paulo Goulart e César Troncoso. “Uma obra muito complexa,
levou muitos anos para ser feita. Então a expectativa é muito grande”,
destacou o diretor.
Para recontar a saga da família Terra Cambará, no
período que se estende das Missões até o final do século 19, Jayme
Monjardim usa como eixo a história de amor de Bibiana (vivida por
Marjorie Estiano na juventude e Fernanda Montenegro na maturidade) e
Capitão Rodrigo (interpretado por Thiago Lacerda). Em meio ao cerco do
casarão de sua família pelos Amarais, a já centenária Bibiana Terra
Cambará (Fernanda Montenegro), relembra cento e cinquenta anos de
história.
Desde a trajetória de sua avó Ana Terra (Cleo Pires),
até o final do século XIX. Bibiana narra sua paixão com Capitão Rodrigo,
um romance que atravessa o tempo e prova que o amor é capaz de resistir
às guerras. “Acho que O tempo e o vento tem um lado épico, uma grande
história de amor, e senti que estava ali o meu ‘…E o vento levou’”,
brinca Monjardim.
O diretor destaca a atuação de Fernanda
Montenegro no longa. “Se não fosse a Fernandona, talvez não tivesse o
filme. Acho que ela é um pouco de todas as Bibianas brasileiras”,
observa o diretor, contando que o livro tem grandes pulos temporais e
colocar isso na voz de um personagem
torna a história mais didática para o espectador. “É como se tivéssemos
um olhar para levá-lo ao universo incrível do Érico Veríssimo, mas este
é o barato da adaptação cinematográfica: é uma outra visão”, explica.
Para Marjorie Estiano, que interpreta
Bibiana na fase jovem, foi um prazer enorme viver o papel. “Tudo que um
ator quer é um bom personagem, um personagem com características
interessantes e um conflito consistente. A história da Bibiana é um
clássico, acompanha essa genialidade do Erico. Foi um processo
delicioso”, relatou a atriz.
Segundo Monjardim, ‘O Tempo e o Vento’ é um filme acessível,
de multidão. “Quero que as pessoas entendam a história e se emocionem
mesmo que, por acaso, nunca tenham ouvido falar dela”, admite, contando
que, O Tempo e o Vento condensa um século e meio de história (que
culmina com a Revolução Federalista de 1893) em diálogos didáticos e sem
receio de soar óbvio em suas metáforas (o fogo que simboliza o desejo, o
pôr do sol
que anuncia a passagem do tempo) e reiterativo no uso dos recursos da
linguagem (da supressão do subtexto à onipresença da trilha sonora).
“Para resumir a obra monumental de Érico Veríssimo em duas horas, o foco
foi fechado em O Continente, primeiro capítulo da trilogia”, diz.A produção foi rodada em pouco mais de dois meses e passou por Bagé, onde foi construída a cidade cenográfica que reproduz a vila de Santa Fé, e também em Pelotas e Candiota. As filmagens começaram em março de 2012 e terminaram em maio.
Fonte Tribuna da Bahia, por Gabriele Galvão
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