terça-feira, 19 de junho de 2012

Países aprovam texto da Rio+20 em plenária.

Rascunho será encaminhado para os chefes de governo e de Estado. Para ambientalistas, o texto é decepcionante pela falta de ambição. REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA ESTADO As equipes de negociação aprovaram o documento oficial da Rio+20, que será enviado aos chefes de governo e de Estado nesta quarta-feira (20), de acordo com Nikhil Chandavarkar, chefe de comunicação do secretariado da ONU para a Rio+20. "Habemus papa", disse. Segundo ele, isso significa que as delegações provavelmente não vão mexer mais no conteúdo do acordo. É assim que ele será encaminhado para os chefes de Estado na cúpula de alto nível, onde então será oficialmente aprovado. Os líderes têm a prerrogativa de fazer alguma alteração se quiserem, mas o porta-voz estimou que isso talvez não aconteça. "Ao aceitar o documento, o país tem o direito de dizer em que ponto ficou decepcionado. Alguns, como os africanos e os europeus, disseram que queriam ver o apoio de um organismo mundial do meio ambiente, que o texto não tem. Mas os Estados Unidos apoiam o texto exatamente como está. Todo mundo aceita, mas num consenso sempre há infelicidade", disse Chandavarkar. O texto aprovado mantém o princípio de "responsabilidades comuns, porém diferenciadas", que define que os países ricos têm mais responsabilidades sobre reverter os impactos ambientais do que as nações em desenvolvimento. O princípio era foco de discussões na Rio+20. Os países ricos queriam retirar esse trecho do texto, já que as nações em desenvolvimento foram responsáveis por grande quantidade de emissões de gases de efeito estufa nos últimos anos. Outro ponto definido foi o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente (Pnuma). Os países devem aumentar a importância do Pnuma na ONU, e consolidar a sede em Nairóbi, Quênia. Não está prevista a transformação do órgão em uma agência da ONU, como defendiam alguns ambientalistas. Quanto ao financiamento das medidas ambientais, outro foco de controvérsia nas negociações, ficou decidido que os países vão criar um processo sob tutela das Nações Unidas para avaliar a economia de cada país e decidir quanto cada um poderá contribuir com o desenvolvimento sustentável. A medida é uma derrota da proposta inicial do G-77, grupo dos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, que defendia o financiamento de US$ 30 bilhões dos países desenvolvidos. O texto aprovado não agradou aos ambientalistas que acompanhavam as negociações no Riocentro. Para eles, o rascunho final é decepcionante pela falta de ambição.

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