sábado, 23 de junho de 2012

"Agora é hora de agir", diz Dilma no encerramento da Rio+20!

Para Dilma, o documento "O Futuro que Queremos", aprovado na Rio+20, é um marco das conferências da ONU REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE A presidente Dilma Rousseff encerrou nesta sexta-feira (22) a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A presidente agradeceu os países presentes, os funcionários da ONU e os brasileiros que participaram da conferência, e disse que a Rio+20 provou que as negociações internacionais são a via legítima para solucionar os problemas globais. "Estou convencida que, assim como em 1992, a conferência terá um efeito transformador nas novas gerações". Para Dilma, o documento aprovado nesta sexta-feira, chamado "O Futuro que Queremos", se torna um marco das conferências da ONU, porque não retrocede em relação aos compromissos firmados em outras conferências. "Estamos lançando as bases para uma agenda de desenvolvimento sustentável para o século 21". A presidente ressaltou alguns dos pontos aprovados no texto, como o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a criação do objetivos de desenvolvimento sustentável, dois pontos que serão oficialmente criados na próxima Assembleia Geral da ONU. Outros pontos destacados foram a decisão de criar um novo indicador de desenvolvimento, para substituir o Produto Interno Bruto (PIB), e os compromissos com a biodiversidade marinha. Ao finalizar o discurso, a presidente disse que os países precisam avançar com base no texto. "Agora é hora de agir". "O Futuro que Queremos" O documento foi aprovado pelos chefes de governo e de Estado na tarde desta sexta. O texto tem como objetivo ser um ponto de partida para a economia verde e o desenvolvimento sustentável. "A conferência terminou com um leque de conclusões que, se implementadas ao longo dos próximos meses e anos, proporcionarão a oportunidade para potencializar os caminhos rumo a um século XXI mais sustentável", diz um comunicado da ONU. O documento aprovado, que tem 283 parágrafos distribuídos em seis capítulos e 59 páginas, se baseou na proposta conciliatória apresentada há uma semana pela delegação do Brasil, que reduziu o número de parágrafos do original e eliminou as partes que geravam mais divergências. O texto foi criticado por ONGs e movimentos sociais, que consideraram pouco ambicioso. Uma rede de ONGs, a Climate Action, chegou a pedir para que os líderes retirassem a frase que dizia que a sociedade civil apoiava o texto, mas isso não ocorreu. A ONU, assim como a presidente Dilma, defendeu o documento. Confira os principais pontos do texto da Rio+20 Texto foi entregue aos chefes de Estado e governo, e pode ser aprovado pelos líderes mundiais nesta sexta O documento "O futuro que queremos" - o texto final da Rio+20 - deve ser aprovado oficialmente nesta sexta-feira (22) pelos chefes de Estado e governo reunidos na conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. O texto foi entregue às lideranças dos países na quarta-feira, e ainda pode sofrer alterações. Mas, segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, é pouco provável que isso aconteça, e o documento não deve ser reaberto. Ban Ki-moon também aproveitou para defender o acordo. O texto entregue aos líderes mundiais foi considerado fraco por ambientalistas e representantes da sociedade civil, e alguns líderes definiram o documento como pouco ambicioso. Para o secretário-geral da ONU, o acordo cria a base para o desenvolvimento sustentável. "Este documento deve ser visto como um pacote. Uma base, não como um teto", disse. Confira abaixo os principais pontos do texto entregue aos líderes mundiais. Princípios da Rio 92 O documento começa reafirmando os princípios adotados nas conferências de Estocolmo (1972) e na Rio 92, inclusive o de "responsabilidades comuns, porém diferenciadas". Esse princípio define que os países desenvolvidos têm maior responsabilidade sobre os impactos ambientais do que as nações pobres. Alguns países ricos queriam excluir esse trecho, argumentando que países como Brasil, China e Índia também são responsáveis por emissões poluentes, mas não obtiveram sucesso. Financiamento do desenvolvimento sustentável O G77, grupo dos países em desenvolvimento, queria que as nações desenvolvidas se comprometessem com US$ 30 bilhões para financiar o desenvolvimento sustentável. Esse valor não foi aprovado, já que a União Europeia argumentou que a crise comprometia a criação do fundo. No final, o texto definiu a criação de um processo intergovernamental que vai decidir qual a quantia necessária para o desenvolvimento sustentável, e quais são os países que podem contribuir com essa quantia. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Era esperado que a Rio+20 criasse objetivos de desenvolvimento sustentável. O texto, no entanto, deixa essas metas para depois. Os países decidiram iniciar o processo de criação das metas na próxima assembleia geral da ONU, em setembro. Fortalecimento do Pnuma Uma das dúvidas sobre o texto era se os negociadores iriam optar por criar um novo órgão ambiental na ONU, ou fortalecer o já existente Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). No final, os países optaram por fortalecer o Pnuma. Essa medida deverá ser tomada na próxima assembleia geral da ONU, em setembro. Oceanos Um dos capítulos que mais avançou foi o de oceanos. Os negociadores reconhecem que a poluição marinha é um problema e se comprometem a criar um plano para a conservação de espécies em alto mar. Mas esse plano não será criado agora. Nos momentos finais de negociação, os países acabaram trocando o início imediato do plano e adiaram para 2014. Subsídios para combustíveis fósseis O texto não se compromete a acabar com os subsídios para combustíveis fósseis. Ativistas e ambientalistas dizem que o mundo gastou mais de US$ 1 trilhão em subsídios para a produção de petróleo, carvão e termelétricas, e reivindicam que esses subsídios passem a ser investidos em energias renováveis. O documento diz que é desejável acabar com os subsídios, mas os países não definiram planos ou metas. Social Questões sociais também foram incluídas no documento, uma demanda do governo brasileiro e seguindo a ideia dos três pilares do desenvolvimento sustentável: econômico, ambiental e social. Os negociadores reafirmaram a necessidade de atingir metas de redução de pobreza e a importância da segurança alimentar, especialmente a dos países mais pobres. Um dos pontos considerados fracos foi o dos direitos das mulheres. Por pressão do G77 e do Vaticano, o texto final não incluiu o trecho que defendia o direito reprodutivo das mulheres.

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