PARA BEBER UÍSQUE
São Pedro São Paulo
“Só se atinge o patamar da normalidade após o terceiro uísque.” Atribuída a Humphrey Bogart, a frase consta na carta de bebidas do São Pedro São Paulo, no Itaim. Estantes de madeira escura e lustres de ferro com tubos fluorescentes cobertos por uma película fosca, amarelada, dão ao bar um aspecto “adulto” que afasta gente com menos de 35 anos. A carta lista 53 rótulos, mais uns 20 “sob consulta”, porém anda um pouco desatualizada. A dica é se erguer da mesa e dar uma espiada nas prateleiras envidraçadas, onde, em meio a licores e conhaques, despontam as garrafas de scotch e bourbon. Há doses a partir de R$ 16, mas quem estiver disposto a investir um pouco (ou muito) mais será recompensado. Entre as preciosidades encontram-se o suave Glenfiddich Ancient Reserve (R$ 42), versão do puro malte escocês envelhecido 18 anos, e o Jack Daniel’s Single Barrel (R$40),rótulo premium da destilaria do Tennessee,de sabor fragrante, com notas frutadas. R. Dr. Renato Pais de Barros, 137, itaim bibi, tel. 3079-4028, saopedrosaopaulo.com.br
PÃO DE QUEIJO DE BOTECO
Empório Sagarana
Pequeno e acolhedor, o Empório Sagarana é um enclave mineiro na Vila Romana. Nas prateleiras, potes de geleia e compota, sacos de farinha de milho e garrafas de cachaça dão uma cara de armazém interiorano ao boteco, que pertence ao casal Paulo Leite e Priscila Vieira, natural de Alfenas, sul de Minas. Ele cuida do salão e ajuda os fregueses a se guiarem entre os 100 rótulos da carta de cervejas. Ela comanda a cozinha, de onde sai a porção de sanduichinhos de pão de queijo recheados com pernil (R$ 20), com quatro unidades grandonas do salgado. A massa é feita na casa, seguindo uma receita da avó de Priscila, que mistura queijo canastra e polvilhos doce e azedo. Depois de irem ao forno, eles recebem uma rodela de tomate e o ingrediente principal: uma fartura de pernil desfiado, bem molhadinho… Para harmonizar, prove uma rauchbier, à base de malte defumado – como a deliciosa Schlenkerla (R$ 34), produzida em Bamberg, na Alemanha, onde se originou esse estilo. R. Marco Aurélio, 883, Vila Romana, tel. 3539-6560, emporiosagarana.com.br
ALHERIA
Cervejaria Nacional
Diz a lenda que a alheira foi uma invenção dos cristãos-novos, judeus convertidos à força ao cristianismo, que para manter suas tradições judaicas e driblar a vigilância da Inquisição criaram um embutido com recheio de pão (e tempero de alho), sem carne de porco. Certo é que ela surgiu na região de Trás-os-Montes, norte de Portugal – e que, consumida em outros círculos, incorporou a carne suína. A linguiça está presente em muitos bares de São Paulo, mas o modo como vem à mesa varia um bocado: frita ou grelhada, com carne de porco ou frango, textura rústica ou recheio pastoso, tempero discreto ou enjoativo… Levada à frigideira, a alheira da Cervejaria Nacional é servida com uma casquinha crocante, sequinha, que preserva um recheio consistente. Pedaços de gordura incrementam a massa de pão e carne suína, com um leve toque defumado e gosto de alho persistente, mas não excessivo. Acompanham vinagrete e limão-cravo. R. Pedroso de Morais, 604, Pinheiros, tel. 3628-5000, cervejarianacional.com.br
PARA COMER
Bar da Dona Onça
No comecinho de fevereiro, num episódio que causou bafafá no meio gastronômico, o chef Jefferson Rueda saiu brigado do comando do Pomodori, no Itaim. Enquanto não redefine o futuro profissional (há planos para a abertura de um novo restaurante), ele vem dividindo a cozinha do Bar da Dona Onça, no térreo do Edifício Copan, com sua mulher e sócia, a chef Janaína Rueda. A chegada de Jefferson rendeu novidades. Já no fim daquele mês, a clientela podia provar o codeguim (R$ 42): uma linguiça de nome caipira (variação do italiano cotechino), feita na casa com carne de porco e colágeno da papada do animal – que dá uma textura deliciosamente gelatinosa à iguaria, trazida na panelinha de ferro com lentilhas, tomate e pimenta biquinho. O casal Rueda nutre uma paixão em comum pela carne suína, comprada de dois pequenos fornecedores (um em Ibiúna e outro em Sorocaba) e que aparece ainda em sugestões como o prato mais vendido do Dona Onça, o stinco de leitoa (R$ 49), um corte colossal da panturrilha do bicho; e, claro, na fabulosa feijoada (R$ 46 a versão individual; R$ 79 para duas pessoas), servida aos sábados com costelinha frita, tartar de banana, salada de couve e legumes (abóbora e maxixe) cozidos no caldo do feijão. Também em fevereiro, Jefferson e Janaína inauguraram – no segundo andar do imóvel, acima da cozinha – uma pequena sala de massas (antes, parte delas vinha pronta do Pomodori). Há uma opção por dia, como o tortelloni de ricota de búfala ao molho de pancetta e espinafre (R$ 40) preparado às quartas-feiras. Fixo no cardápio, o ravióli integral ao creme de grana padano (R$ 46) vem coberto pelo opulento molho do queijo, cujo sabor intenso, salgado na medida, não chega a ofuscar a delicadeza do recheio de batata e cebolas caramelizadas. Permanecem no menu receitas que já se tornaram clássicos da casa. Por exemplo, a macia língua bovina (R$ 42), com molho madeira, champignons e purê de batata; a minirrabada (R$ 32) marinada com cenoura, salsão e cebola e cozida na pressão, com molho de tomate; e o perfumado cassoulet de frutos do mar (R$ 52), que traz camarão, lula, vôngole, mexilhões, ervilhas, tomate, curry e creme de leite. Av. Ipiranga, 200, República, tel. 3257-2016.
DRINQUES
SubAstor
No subsolo, um lance de escada abaixo do salão do Astor, a hostess avisa: “Não tem mesa vaga, só lugar no balcão”. Detrás das cortinas de veludo, misturada ao burburinho do público, vem a canção dos Rolling Stones, “You can’t always get what you want” – você não pode ter sempre o que você quer. Mas às vezes, tudo que você quer é um cartão de crédito e um lugar no balcão do SubAstor. Feito de alabastro translúcido, com iluminação embutida, ele (o balcão) mede 12 metros de comprimento e comporta 14 pessoas. Do outro lado, com camisa e colete negros e gravata vermelha, o time de barmen mistura cortesia no atendimento e precisão no preparo dos coquetéis. Puxar papo com um deles dá a chance de provar drinques que não estão no cardápio – produzido no sul da Escócia, o gim Hendrick’s é utilizado numa variante do gim tônica, com quatro talos grandes de pepino e twist de limão siciliano. Prevista para a primeira quinzena de setembro, a nova carta vai classificar as receitas como cítricas, herbáceas, frutadas, picantes ou meio amargas – e as dividirá em três fases cronológicas: de 1830 a 1921, dos primórdios da coquetelaria à Lei Seca; de 1922 a 2009, dos speakeasies americanos à mixologia contemporânea; e da inauguração do SubAstor, em 2009, até hoje. Cerca de 30 dos 55 coquetéis do menu atual serão retirados, para entrada de outros 15, aproximadamente. Entre os que ficam estão o gypsy martini (vodca, eau de vie Poire Williams, purês de pera e de uvas com manjericão) e a foam margarita (tequila, espuma de Cointreau, flor de sal e suco cítrico). De volta à carta, o rosemary frost leva gim, licor de maçã verde, purê de maçã, maracujá e alecrim.
Os preços não haviam sido divulgados até o fechamento desta edição. R. Delfina, 163, Vila Madalena, tel. 3815-1364.
Estas são algumas dicas de bares para disfrutar em Sampa!!! Boa viagem!
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