Pesquisa do Banco Mundial revela ranking de como 183 países lidam com a burocracia necessária para abrir e gerir um negócio. Conheça os resultados e entenda por que é tão difícil empreender no Brasil
Por Rafael Farias Teixeira
Quem decide abrir um negócio no Brasil logo descobre que não está diante de uma tarefa simples. Em termos burocráticos e legislativos, esse caminho se parece mais com uma pista de obstáculos. A divulgação da pesquisa “Doing Business 2011”, do Banco Mundial, em novembro deste ano, joga uma luz sobre a situação brasileira, mostrando como o jeito de fazer negócios no Brasil difere do que é praticado em outros países. Avaliando os resultados da pesquisa, fica fácil perceber o quanto uma regulamentação onerosa e lenta pode prejudicar as empresas iniciantes.
Criado em 2003 e realizado anualmente pelo Banco Mundial, o estudo avalia a regulamentação e a burocracia relevantes para o ciclo de vida de uma empresa de pequeno e médio porte em 183 economias mundiais. Na pesquisa, esse ciclo foi dividido em nove passos. O relatório de 2011, intitulado “Making a Difference for Entrepreneurs” (“Fazendo a diferença para empreendedores”), foi elaborado com base no trabalho de 8.200 profissionais legais: eles executaram cada um dos procedimentos exigidos nos nove passos. Depois, fizeram uma ampla análise, diagnosticando os problemas mais graves e sugerindo reformas.
Neste ano, assim como nos cinco anteriores, Cingapura ocupou o primeiro lugar entre os países onde é mais fácil abrir e gerir um negócio. O Cazaquistão foi o país que mais fez reformas em sua legislação, passando do 74 lugar para o 59. O Brasil também mudou seu ranking, só que em sentido inverso, caindo três posições e ficando no 127 lugar. “Para melhorar a situação, é preciso integrar os três níveis federativos: o municipal, o estadual e o federal”, diz Bruno Quick, gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae. “Para o cidadão, não importa em que nível um problema precisa ser resolvido, desde que o processo seja rápido.”
A revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios analisou os nove indicadores utilizados pela pesquisa, mostrando como o Brasil lida com eles e quais as lições que podem ser aprendidas com os primeiros colocados em cada quesito.
Um país no caminho certo
Na opinião de Jean Michel Lobet, especialista do Banco Mundial e coautor da pesquisa, é possível ver uma melhora na situação brasileira. “É preciso perceber que a queda de colocação do Brasil não significa que o país esteja piorando, apenas que outros países fizeram mais reformas nesse setor”, diz. “O Brasil tem facilitado a abertura de negócios por meios digitais, o que é animador.” Lobet acredita, porém, que o país tem muito a aprender com os primeiros colocados. “Uma das características mais importantes desses países é que eles pensaram a longo prazo. Começaram com reformas simples e foram evoluindo com o tempo. Também é bom lembrar que todo país é diferente e tem prioridades específicas. Então, é preciso adaptar essas lições à realidade brasileira.”
CLASSIFICAÇÃO GERAL
Veja a classificação das 183 economias analisadas pela pesquisa “Doing Business” 1º colocado: Cingapura
2º Hong Kong, China
3º Nova Zelândia
4º Reino Unido
5º Estados Unidos
6º Dinamarca
7º Canadá
8º Noruega
9º Irlanda
10º Austrália
11º Arábia Saudita
12º Geórgia
13º Finlândia
14º Suécia
15º Islândia
16º Coreia do Sul
17º Estônia
18º Japão
19º Tailândia
20º Maurício
21º Malásia
22º Alemanha
23º Lituânia
24º Letônia
25º Bélgica
26º França
27º Suíça
28º Barém
29º Israel
30º Holanda
31º Portugal
32º Áustria
33º Taiwan
34º África do Sul
35º México
36º Peru
37º Chipre
38º Macedônia
39º Colômbia
40º Emirados Árabes Unidos
41º Eslováquia
42º Eslovênia
43º Chile
44º Quirguistão
45º Luxemburgo
46º Hungria
47º Porto Rico
48º Armênia
49º Espanha
50º Catar
51º Bulgária
52º Botsuana
53º Santa Lúcia
54º Azerbaijão
55º Tunísia
56º Romênia
57º Omã
58º Ruanda
59º Cazaquistão
60º Vanuatu
61º Samoa 62º Fiji
63º República Checa
64º Antígua e Barbuda
65º Turquia
66º Montenegro
67º Gana
68º Bielorrússia
69º Namíbia
70º Polônia
71º Tonga
72º Panamá
73º Mongólia
74º Kuwait
75º São Vicente e Granadinas
76º Zâmbia
77º Bahamas
78º Vietnã
79º China
80º Itália
81º Jamaica
82º Albânia
83º Paquistão
84º Croácia
85º República das Maldivas
86º El Salvador
87º São Cristóvão e Nevis
88º Dominica
89º Sérvia
90º Moldávia
91º República Dominicana
92º Granada
93º Kiribati
94º Egito
95º Seychelles
96º Ilhas Salomão
97º Trindade e Tobago
98º Quênia
99º Belize
100º Guiana
101º Guatemala
102º Sri Lanka
103º Papua-Nova Guiné
104º Etiópia
105º Iêmen
106º Paraguai
107º Bangladesh
108º Ilhas Marshall
109º Grécia
110º Bósnia e Herzegovina
111º Jordânia
112º Brunei
113º Líbano
114º Marrocos
115º Argentina
116º Nepal
117º Nicarágua
118º Suazilândia
119º Kosovo
120º República de Palau
121º Indonésia
122º Uganda
123º Rússia
124º Uruguai
125º Costa Rica
126º Moçambique
127º Brasil
128º Tanzânia
129º Irã
130º Equador
131º Honduras
132º Cabo Verde
133º Malaui
134º Índia
135º Faixa de Gaza
136º Argélia
137º Nigéria
138º Lesoto
139º Tadjiquistão
140º Madagascar
141º Micronésia
142º Butão
143º Serra Leoa
144º Síria
145º Ucrânia
146º Gâmbia
147º Camboja
148º Filipinas
149º Bolívia
150º Uzbequistão
151º Burkina Faso
152º Senegal
153º Mali
154º Sudão
155º Libéria
156º Gabão
157º Zimbábue
158º Djibuti
159º União das Comores
160º Togo
161º Suriname
162º Haiti
163º Angola
164º Guiné Equatorial
165º Mauritânia
166º Iraque
167º Afeganistão
168º Camarões
169º Costa do Marfim
170º Benim
171º Laos
172º Venezuela
173º Níger
174º Timor-Leste
175º República Democrática do Congo
176º Guiné-Bissau
177º Rep. do Congo
178º São Tomé e Príncipe
179º Guiné
180º Eritreia
181º Burundi
182º República Centro-Africana
183º Chade
Fonte: PEGN
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